quinta-feira, dezembro 31, 2009

destino 001

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O Destino é uma divindade cega, inexorável nascida da Noite e do Caos. Todas as outras divindades estavam submetidas ao seu poder. Os céus, a terra, o mar e os infernos faziam parte do seu império: o que resolvia era irrevogável; em resumo, o Destino era por si mesmo essa fatalidade, segundo a qual tudo acontecia no mundo. Júpiter, o mais poderoso dos deuses, não pôde aplacar o Destino, nem a favor dos outros deuses, nem a favor dos homens.

As leis do Destino eram escritas desde o princípio da criação em um lugar onde os deuses podiam consultá-las. Os seus ministros eram as três Parcas encarregadas de executar as ordens. Representam-no tendo sob os pés o globo terrestre, e agarrando nas estrelas, e um cetro, símbolo do seu poder soberano. Para mostrar que era inflexível, os antigos o representavam por uma roda que prende uma cadeia. No alto da roda uma grande pedra, e embaixo duas cornucópias com pontas de azagaia. Conta Homero que o Destino de Aquiles e de Heitor é pesado na balança de Júpiter, e como a sorte do último o arrebata, sua morte é decretada, e Apolo retira o apoio que lhe dispensara até então. São as leis cegas do Destino que tornaram culpados a tantos mortais, apesar do seu desejo de permanecer virtuosos: em Ésquilo, por exemplo, Agamemnom, Clitemnestre, Jocasta, Édipo, Eteoclo, Polínice, etc., não podem fugir à sua sorte.


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Parte da concepção grega do equilíbrio, harmonia e simetria e defende que cada pessoa tem um métron, uma medida ideal. Quando alguém ultrapassava seu métron, seja acima ou abaixo dele, estaria tentando se equiparar aos deuses e receberia por parte deles a "cegueira da razão". Uma vez cego, esse alguém acabaria por vencer sua medida inúmeras vezes até que caisse em si, prestes a conhecer um destino do qual não pudesse escapar.

A tragédia seria assim uma popularização do "mito de Procrusto". Este convidava os viajantes a se hospedarem em sua casa, mas tinha uma cama muito grande e outra cama minúscula. Durante a noite, Procrusto procurava adequar o viajante à cama escolhida, serrando os pés dos que optavam pela cama pequena ou esticando os que escolhessem a cama grande. O objetivo de Procrusto era colocar cada um na sua medida, ou melhor, no seu métron.


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Na mitologia grega, as moiras (em grego antigo Μοῖραι) eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos, eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios, as voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens.

As moiras eram filhas de Nix. Moira, no singular, era inicialmente o destino. Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisséia aparecem as fiandeiras.

O mito grego predominou entre os romanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. Entre eles eram conhecidas por Parcas chamadas Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; notar entretanto, que essa regência era apenas sobre os humanos.

Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As Moiras eram:

* Cloto (Κλωθώ; klothó) em grego significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
* Láquesis (Λάχεσις; láchesis) grego significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tyche, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
* Átropos (Ἄτροπος; átropos) em grego significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânatos, Queres e Moros, determinava o fim da vida.


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Ser protagonista da própria história ou, na linguagem dos gregos, ser protagonista do Destino, implica uma caminhada marcada por avanços e recuos, uma tarefa contínua, num universo multifacetado que oculta e revela, muitas verses obscuro, ambíguo e repleto de contradições. Desafio e mistério. Uma história escondida, um acontecimento camuflado que, via de regra, se anuncia por fantasmas, desejos e tradições que transpassam e medeiam as relações sociais, estruturando um imenso reservatório de memória histórica, uma espécie de incosciente social.
Se examinarmos a noção grega de Moira (Destino) veremos que, em muitas tragédias, o desejo singular do herói esbarra a todo o instante em forças que escapam a seu controle e transcendem sua existência, na medida em que marcado por oráculos, maldições, fatalidades ou fantasmas de gerações passadas. Ante a impossibilidade de se detectar a origem do Drama, pois tudo parece remeter a um desfiladeiro de fatos, lutas, guerras, e disputas, o herói trágico vive como que uma trama incosciente da qual não conhece o enredo. Vive preso à ação dramática, mas não é o seu autor, por estar ela estruturalmente ligadas às formações deste Destino, marcado por relações do passado, pelo poder dos homens entre si e destes com os deuses.

sexta-feira, novembro 27, 2009

pedido

estou de porre. não poderia ser de outra maneira para escrever isso. passei a noite com um possível maníaco suicida - tenho um longo histórico médico para identificar esses casos. um mocinho incrível que não sabe escrever um "o" com um copo, mas que tem um potencial magnífico. em determinado ponto da conversa ele me perguntou se eu lamentaria se ele morresse amanhã. eu lamentaria muito, por mais que isso não fosse relevante para a humanidade, numa primeira análise - fernando pessoa "a tabacaria" poemas de alvaro de campos. se cezane tivesse morrido trinta anos antes da data de sua morte eu não teria motivo para estar vivo... essas coisas a gente não pode mensurar.

sabe, eu não acredito no mundo, por mais sonhador que eu seja. coisa de pragmáticos que sonham - fernando pessoa ainda, "lisbon revisited". nunca consegui escapar daquilo que leio. é um mal que me persegue.

pois então, li o "engenhoso fidalgo dom quixote de la mancha", livro que compõe a minha alma. como bom sancho pança, sei eleger meu dom quixote. você vai mesmo ser meu dom quixote? vou virar maníaco suicida mais uma vez?

terça-feira, maio 19, 2009

pro delírio, porta aberta - parangolé, faça você mesmo


Faça você mesmo seu Parangolé.
Leia [abaixo] a proposição de Hélio Oiticica
e entre nessa onda.

hélio oiticica - 1968

INSTRUÇÕES para feitura-performance de CAPAS FEITAS NO CORPO

1- cada extensão de pano deve medir 3 metros de comprimento.

2- o pano não deve ser cortado durante a feitura da capa, de modo a manter a estrutura extensão-extensão como base viva da capa.

3- alfinetes de fralda devem ser usados para a construção da capa, que será depois cosida.

4- a estrutura da capa construída no corpo deve ser improvisada pelo participador; se a ajuda de outros participadores vier a calhar, ótimo; a estrutura deve ser construída em grupo em cada corpo participante, e feita de modo a ser retirada sem destruir, como uma roupa.

5- um grupo pode construir uma capa para várias pessoas, numa espécie de manifestação coletiva ao ar livre.

6- o uso de dança e/ou performances criadas por outros indivíduos é essencial à ambientação dessa performance: assim como o uso do humor, do play desinteressado, etc. de modo a evitar uma atmosfera de seriedade soturna e sem graça.

sábado, maio 16, 2009

Bernini











de tanto ouvir Chet Baker

My funny valentine

Composição: Matt Damon/The Guy Barker International Quintet

You're my funny valentine,
Sweet comic valentine,
You make me smile with my heart
You're looks are laughable, unphotographable
Yet you're my favourite work of art
Is your figure less than Greek,
Is your mouth a little weak
When you open it to speak are you smart
But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little valentine, stay

Each day is Valentine's Day



You make me feel so young

You make me feel so young
You make me feel like spring has sprung
Every time I see you grin
I'm such a happy individual

The moment that you speak
I want to go and play hide-and-seek
I want to go and bounce the moon
Just like a toy balloon

You and I, are just like a couple of tots
Running across the meadow
Picking up lots of forget-me-nots

You make me feel so young
You make me feel there are songs to be sung
Bells to be rung, and a wonderful fling to be flung

And even when I'm old and gray
I'm gonna feel the way I do today
'Cause you make me feel so young

quarta-feira, abril 01, 2009