quinta-feira, julho 26, 2007
anotações de percurso
De quem se está falando quando se diz "o sujeito moderno"? em determinadas bibliografias este sujeito moderno é entendido como "(...) o sujeito individualista que tem sido moldado pelas injunções externas e necessita da Lei para orientar os modos como se identifica, e as atitudes com as quais se deve conduzir e conviver no espaço social". Essa definição foi retirada do livro "Relâmpagos com Claror - Lygia Clark e Hélio Oiticica, vida como arte" de Beatriz Scigliano Carneiro, retirada de análises da obra do Foulcaut. Quando li esse trecho do livro, e pensando sobre o público "participante" dos experimentos da Lygia e do Hélio, fiquei pensando na construção histórica desse sujeito "participante" - brasileiro, morador do Rio ou de São Paulo, cuja maioridade (21 anos, na época) se deu na década de 50 ou 60 - e a distância que o separa do tipo descrito pela autora.
Acho que na revista Bravo, li sobre montagem dos parangolés em uma mostra do trabalho do Hélio Oiticica - na Documenta de Kassel - e foi observado que as capas estavam em vitrines. Foi comentado também que não havia como "liberar" os parangolés para o uso porquê o público alemão não ia entender mesmo a "poética do movimento" proposta pelo Hélio.
Somente comecei a minha leitura do livro da Beatriz - estou gostando do livro sim! -, mas as minhas questões sobre a pertinência de conceitos acerca do "sujeito moderno" parecem partir de um ponto de vista etnocêntrico, europeu.
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