sexta-feira, janeiro 08, 2010

sem título

dia desses eu fui a uma exposição no museu da republica - era uma coisa meio "salão de novos" de brasilia - e entre muita bobagem teve uma que me chamou mais atenção do que o resto: umas fotos em grande formato de mictórios. a referencia é obvia, e fiquei me perguntando: o que diabos isso estava fazendo ali. logo depois me deparei com um trabalho do helder. do meu lado apareceu uma senhora que disse: isso é um caranguejo, parece um caranguejo; o que tem demais em se pintar um caranguejo. nisso aparece um jovenzinho que despeja em cima da senhora a importancia do contexto da modernidade e pós modernidade, da função revolucionária dos "mídias" etc etc etc. a senhora fez uma cara de "e daí" e foi embora. eu continuei ali vendo o quadro e o rapaz, querendo me cooptar, continuou aquela conversa. eu me virei para ele e disse: a senhora tem razão, é um carangueijo - de fato era uma apropriação da representação de um desenho científico de um caranguejo com umas tantas distorções - e o rapaz, surpreso, fez uma cara de "você não entende nada" e saiu com ares de quem venceu uma batalha.

enfim, o fato é que não se lida mais com a imagem. os conessaires não vêem, são cegos. não vou ao festival de cinema a muito tempo, nem quero voltar lá. mas imagino se as pessoas que falaram bem ou mal do filme viram o filme ou só enxergaram.

ditado zen: o ignorante quando vê uma arvore, vê uma arvore; depois de muito estudar vê numa arvore um monte de coisa; depois do satori - iluminação - vê somente uma arvore.

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