sexta-feira, setembro 23, 2005

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Uma homenagem a Dona Dá
Amante do carnaval, incentivadora da folia, Dona Dá é o retrato da alegria que enche as ladeiras de Olinda

Joana Rozowykwiat Passarinho






?Eu tenho o carnaval no sangue?, diz a mulher que, aos 65 anos, não perdeu o pique. Alegre e festeira, não perde uma prévia do Flor da Lira, passagem de qualquer agremiação na Ladeira da Boa Hora, nem a portunidade de fortalecer o Carnaval de rua de Olinda. Essa é Dona Dá, eleita a homenageada da Folia de Momo de 2004, por votação popular.

Filha de Otacílio Brito de Lima e Rosa Airola de Lima, Dona Dá nasceu no Recife, no Bairro de Santo Amaro. ?Ah, mas eu gosto mesmo é de Olinda. Isso aqui tem muitos encantos. Tudo é prazer, é alegria. Quem chega, vai ficando?, comenta empolgada. Dona Dá é uma grande carnavalesca da Marim dos Caetés. Conta que herdou dos pais o gosto pela farra: ?onde tivesse uma lata batendo, eles estavam lá. Eu sou feito eles. Adoro a noite.?

O nome verdadeiro é Jodecilda Airola de Lima. O apelido surgiu graças a seu irmão que, por não conseguir pronunciar seu nome, sempre a chamava de Dá. Viveu a maior parte da sua infância em Olinda, sua avó sempre morou na cidade. Depois que casou, mudou-se de vez para o município.

Com formação técnica em contabilidade, já trabalhou com confecção de fantasias e bordados para a Folia de Momo. Hoje é dona de casa, mãe de três meninas. Dona Dá é uma das fundadoras da excêntrica agremiação Mulher na Vara. De acordo com ela, um grupo de foliões saiu do Varadouro, em direção ao Guadalupe. No meio do caminho, uma menina torceu o pé. Na multidão, não tinha condições de andar. Os amigos compraram uma vara, onde a menina sentou-se e prosseguiu o trajeto. No meio do caminho, todo mundo brincava: olha a mulher na vara! O nome ficou.

Mas Dona Dá é madrinha de várias outras troças. É incentivadora de todas as troças da Ladeira da Boa Hora, onde mora no número 207. Em 1985, ao lado de José Porciúncula (Zezé Popó), a pintora Gina Alves e os moradores da Ladeira, imaginou uma forma de atrair as troças para o local. Começou a fazer, então, um Carnaval participativo, no qual entrega troféus, conseguidos por meio da mobilização dos moradores, aos que desfilam por lá. Na quarta-feira de Cinzas, dia em que vários boizinhos alegram a cidade, a casa de Dona Dá vira QG da folia.

Aliás, durante o Carnaval, a sua morada está aberta para receber a todos. ?Eu tiro os móveis, faço um local de apoio para os foliões conhecidos?. De acordo com ela, nem é preciso sair da frente de casa, já que a Boa Hora, agora, é passagem obrigatória de vários blocos tradicionais.

?O povo costuma dizer até que minha religião é o Carnaval. Eu digo que sou mística, porque eu danço, pulo, brinco, rezo. Sou espontânea o tempo todo. Eu acredito em Deus, carrego o andor da procissão de Santo Antônio, faço tudo direitinho. Eu sou como todo mundo em Olinda: tem a igreja e tem o Carnaval?, explica.

A carnavalesca também gosta da festa do Recife mas, segundo ela, fica difícil se locomover para outra cidade nessa época, ainda por cima com tanta festa ao seu redor: ?pra mim tudo é graça, eu me divirto em qualquer lugar?, encerra.

fonte: http://portalolinda2.interjornal.com.br/noticia.kmf?noticia=1665514&sessao=150&total=12&indice=0

Um comentário:

Anônimo disse...

.brasilidade.carnavalizando todo o tempo.tropicalizar.abração